Ferramentas como ChatGPT, Copilot e Gemini já fazem parte do dia a dia de milhões de pessoas. Elas ajudam em tarefas pessoais, semiprofissionais e até em processos de negócios.
Mas surge a grande questão: como levar a IA para dentro dos dados da sua empresa de forma segura, escalável e governada?
Para qualquer organização, o próximo passo é criar uma solução de IA corporativa conectada a dados confiáveis da empresa.
Configurando uma IA corporativa
Adicionar dados internos ao motor de IA traz contexto valioso e permite que respostas deixem de ser genéricas e passem a refletir a realidade da sua organização.
Muitas empresas de grande porte já estão implantando instâncias privadas de IA. Essa estratégia tem duas vantagens fundamentais:
- Proteção de dados: as informações corporativas permanecem dentro da instância privada, sem serem compartilhadas com ferramentas públicas ou fornecedores de IA.
- Governança e controle: é possível adicionar regras de segurança e políticas de gestão às interações com a IA.
Isso significa que sua equipe pode perguntar ao assistente de IA algo como “quantos dias de férias eu tenho?”, mas não terá acesso a informações sensíveis como “quais colegas estão em um PIP (Perfomance Improvement Plan)”.
Para chegar lá, líderes de TI precisam estabelecer alguns fundamentos:
- Decidir como incluir dados proprietários da empresa para que a IA ofereça respostas contextualizadas.
- Gerenciar e proteger o acesso a esses dados.
- Adicionar capacidades agentic (integração com sistemas para executar ações reais). Em outras palavras: colocar um “botão de ação” no chatbot.
- Garantir governança de todos os ativos criados, evitando o caos de múltiplas instâncias descontroladas.
Como incorporar dados da empresa na IA com segurança
A primeira etapa de uma instância privada de IA é alimentá-la com dados corporativos atualizados. Quanto mais completos e consistentes, mais relevantes serão as respostas.
Aqui, surgem duas abordagens principais:
- Fine-tuning: a plataforma de IA é treinada novamente com dados da empresa, aprendendo-os como parte do seu modelo.
- RAG (Retrieval-Augmented Generation): os dados corporativos são anexados dinamicamente às perguntas feitas ao chatbot, servindo como complemento contextual antes da resposta.
Muitas empresas adotam um modelo híbrido, em que a IA usa dados internos por meio de APIs, ferramentas externas ou servidores MCP (Model Context Protocol).
MFT corporativo: a base para entrega contínua de dados
Tanto no fine-tuning quanto no RAG, a entrega contínua de dados é crítica. Não basta carregar informações uma única vez: a IA precisa receber atualizações constantes, em grandes volumes, de forma segura e confiável.
Isso se torna ainda mais complexo com a ascensão da IA agentic, em que vários motores de IA especializados precisam de subconjuntos diferentes de dados corporativos.
É aqui que entra o MFT corporativo inteligente. Só ele garante:
- Fluxos de dados contínuos e monitorados ao longo de anos.
- Alertas e resiliência em caso de falha de transferência.
- Segurança para atender a ambientes regulados e de alta criticidade.
A Axway, por exemplo, oferece um MFT robusto, com 40 anos de evolução, já validado por organizações globais em setores altamente regulados.
Gestão e segurança no acesso à IA corporativa
Depois de alimentar a IA com dados corporativos, o próximo desafio é controlar quem acessa o quê.
Plataformas de IA, por padrão, não foram desenhadas para governança empresarial. Elas respondem sempre — mas sem limitar o que deve ou não ser exposto.
Por isso, é necessário incluir uma camada de AI Gateway que:
- Intercepte e valide o tráfego entre usuários e o motor de IA.
- Aplique políticas de segurança e governança.
Exemplos de regras aplicáveis:
- Limitação de exposição: permitir acesso apenas a 10 clientes em vez de toda a base.
- Mascaramento de dados: exibir cartões de crédito com dígitos ocultos.
- Controle baseado em papéis (RBAC): somente determinadas funções podem visualizar dados sensíveis.
- Controle de uso: limitar o número de perguntas ou o tamanho das requisições para otimizar custos.
Com mais de 25 anos de experiência com API Management, a Axway também é um dos players que desenvolveu um AI Gateway empresarial, escalável e pronto para gerenciar essas necessidades.
IA agentic: adicionando o “botão de ação”
A IA é ótima em gerar respostas, mas empresas precisam de mais do que informações — precisam de ações concretas: registrar chamados, agendar reuniões, realizar vendas.
Isso só é possível quando a IA se conecta a sistemas corporativos via interfaces seguras e padronizadas.
É aí que o MCP (Model Context Protocol) se torna essencial. Ele padroniza o acesso a APIs e ativos digitais, permitindo que a IA se torne verdadeiramente agentic, ou seja, capaz de executar ações nos sistemas.
Aqui, o Amplify Fusion da Axway, permite que ferramentas de IA se integrem a APIs corporativas com a mesma governança e segurança já aplicadas em outros ativos digitais.
Governança para casos de uso de IA
O MCP organiza o acesso da IA a APIs e sistemas, mas não resolve o risco do descontrole.
Muitas empresas já perceberam que, sem governança, diferentes departamentos criam suas próprias instâncias de IA com MCPs paralelos, gerando dezenas ou centenas de servidores MCP descoordenados.
A solução é aplicar à IA a mesma governança que já se aplica às APIs: promover o reuso de ativos MCP existentes em vez de recriar novos a cada projeto.
Com o Amplify Engage, um marketplace multigateway da Axway, isso já é possível. O Engage agora inclui MCPs como ativos de integração, além das APIs.
Isso significa que:
- Todos os desenvolvedores internos e externos podem descobrir, testar e assinar ativos MCP e APIs no mesmo portal.
- O reuso aumenta significativamente, reduzindo custos (TCO) e acelerando entregas.
- Os ativos de IA se tornam mais valiosos, porque são aplicados em múltiplos contextos.
Pronto para transformar sua empresa com IA?
Sair de ferramentas genéricas para construir uma IA corporativa escalável, segura e governada exige muito mais do que implantar um chatbot.
É preciso uma estratégia que una entrega segura de dados (MFT), controle inteligente de acessos (via AI Gateway), integração com sistemas empresariais (através do MCP) e governança completa de ativos.
Com essa base, sua empresa não só acompanha a revolução da IA, mas a transforma em vantagem competitiva real.
Autor Rogier van Boxtel
Diretor de Pré-Vendas/Consultoria de Soluções DACH & Benelux Nordics